Em Julho de 2018, o director geral da Unidade de Negócios, Comércio e Empresários do Banco Postal, Virgílio Mendes dizia que 40 milhões de kwanzas estavam disponíveis no Banco Postal, para apoiar comerciantes informais a potenciar as suas actividades e a passar para o mercado formal. Ontem (ver notícia do Folha 8) o Banco Nacional de Angola anunciou o encerramento do Banco Mais e do Banco Postal por insuficiência de capital social, tendo revogado as licenças bancárias e declarado falência para ambos.
O Banco Postal, segundo o gestor , tinha em Julho do ano passado um plano para financiar pessoas que se dedicam ao comércio informal em valores que vão de 100 a 700 mil kwanzas, com prazos de reembolso que vão de dois meses a um ano.
Porém, disse o director, de modo geral o banco podia conceder crédito em montantes que vão de 100 mil a 100 milhões de kwanzas a clientes dos segmentos de microcrédito, micro-finanças e de nível médio. As informações foram prestadas na altura em que foram formalizados os primeiros contratos, existindo dez outros clientes que aguardavam financiamento no âmbito do comércio informal.
Questionado sobre garantias apresentadas pelos aderentes, Virgílio Mendes explicou que a única que o banco tem é a capacidade de reembolso do dinheiro através do negócio dos clientes.
Justificou ainda que “os riscos existem para serem geridos. Não existe negócio sem riscos, nem banco sem riscos. O que tem que acontecer é um conjunto de critérios equilibrados e reais que nos ajudam a avaliar o risco”.
O Banco Postal foi constituído em Setembro de 2016, em Luanda, com o objectivo de promover a criação sustentável de emprego e a dinamização da economia nacional.
A nova instituição bancária tinha o capital social composto por entidades empresariais nacionais públicas e privadas, onde se destacam a Empresa Nacional de Correios e Telégrafos de Angola, E.P., a ENSA Seguros de Angola, S.A., o Grupo ENSA – Participações e Investimentos, S.A., a EGM Capital e a C8 Capital.
Com a sua constituição, o Banco Postal tornou-se na mais recente instituição do panorama bancário nacional e pretende ser uma referência para o reforço da confiança, da segurança e da modernidade do sector financeiro do nosso país.
Para os Correios de Angola, E.P. a nova instituição bancária seria um forte vector de inovação do sistema bancário, ao apostar na criação de novas formas de servir o mercado e em novos produtos que irão ao encontro das reais necessidades dos clientes.
“Mais do que um Banco somos uma instituição onde a cultura pelo rigor permite-nos assumir, com a maior das responsabilidades, a garantia de uma experiência financeira única”, afirmou o Presidente do Conselho de Administração, João Freire, acrescentando que o Banco Postal aceita “os desafios do presente como uma excepcional oportunidade para criar um futuro mais inclusivo e acima de tudo mais justo. Por isso, para nós, o futuro acontece na forma simples e inovadora como disponibilizamos serviços e produtos financeiros com impacto significativo na vida de pessoas e dos negócios”.
João Freire acrescentava que “o Banco Postal aposta na diferenciação por via da diversidade e da inclusão que se materializa na sua oferta de produtos e serviços, bem como no seu património humano. Conscientes da missão a que nos propusemos, pautamos a nossa actuação com uma conduta digna e transparente, assente em valores sólidos que nos permitem contribuir de forma significativa para o crescimento e fortalecimento do ecossistema financeiro angolano”.
“Enquanto agentes desse ecossistema, ligamos pessoas e negócios ao mundo num elo fortalecido cada dia pela mais elementar das características das relações humanas, a confiança. A confiança no que acreditamos ser justo e correcto!”, disse o PCA, acrescentando que o banco pretende “igualmente diferenciar-nos pelo investimento em tecnologia, bem como em processos e modelos de gestão que fomentem a inovação, mas acima de tudo que consolidem a garantia de qualidade e excelência que pretendemos conferir à nossa marca. E como tal deixar um profundo legado às gerações futuras”.
Em Fevereiro de 2018 o Banco Postal lançou duas novas Unidades de Negócio, Comércio & Empresários e Corporate & Personal. Após o lançamento do Xikila Money, ocorrido em Março de 2017, a instituição deu assim seguimento ao seu plano inicial, centrado na dinamização da economia nacional, através do fomento da inclusão financeira e social.
“O Banco Postal Comércio & Empresários e o Banco Postal Corporate & Personal são duas novas Unidades de Negócio altamente especializadas, inovadoras e dedicadas aos segmentos que pretendem servir”, explicou na altura N’Gunu Tiny.
Comércio & Empresários visa os empresários individuais, as micro e pequenas empresas que se encontram na economia formal e informal e que são marginalmente servidos por bancos e instituições de micro finanças. Esta unidade conta, numa primeira fase, com três Centros de Negócios e apresenta como factor distintivo um portfólio de produtos e serviços de onde se destacam as soluções de crédito especialmente desenhadas para os clientes deste segmento.
Por sua vez, Corporate & Personal, visa as médias e grandes empresas e clientes particulares com elevados rendimentos. A proposta de valor diferenciadora assenta na prestação de um serviço personalizado, de elevada qualidade suportado pelas mais modernas e inovadoras tecnologias de banca digital.
Corporate & Personal iniciou a sua actividade com um Centro Financeiro dedicado, localizado no Edifício ESCOM, no centro de Luanda. As novas Unidades de Negócio do Banco Postal, Comércio & Empresários e Corporate & Personal, ambicionam posicionar-se como factores geradores da promoção e criação de emprego e contribuir fortemente para uma economia mais próspera e mais inclusiva.
No dia 22 de Agosto de 2018, o Fórum de Mulheres Jornalistas para Igualdade do Género (FMJIG) em Angola considerou que o mercado informal no país, envolvendo sobretudo mulheres, estava “cada vez mais violento”, anunciando ciclos de formação para inclusão financeira.
A constatação foi apresentada pela coordenadora do FMJIG, Josefa Lamberga, no âmbito de um seminário Apoio a Projectos de Negócio de Mulheres Empreendedoras, realizado em Luanda, em parceria com o Banco Postal de Angola, garantindo a aposta neste domínio para inverter a situação.